Ao longo das últimas décadas, a preocupação com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente tornou-se uma pauta central no mundo corporativo.
No Brasil, país que abriga a maior biodiversidade do planeta, as empresas enfrentam desafios ambientais complexos, que vão desde o cumprimento da legislação até a adaptação às mudanças climáticas.
Assim, com o aumento da fiscalização, das exigências dos consumidores e da pressão de investidores, adotar práticas sustentáveis não é mais uma escolha, mas, sim, uma necessidade estratégica.
Neste artigo, vamos abordar sobre o contexto ambiental e a responsabilidade das empresas brasileiras, bem como os principais desafios de sustentabilidade enfrentados pelo setor empresarial.
Acompanhe o texto para entender mais.
O Brasil possui uma diversidade de biomas — como a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica —, fundamentais para o equilíbrio climático global. No entanto, também é um dos países que mais enfrentam pressões relacionadas ao desmatamento, à poluição e à emissão de gases de efeito estufa.
De acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em 2022, o Brasil emitiu aproximadamente 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, sendo o desmatamento e as mudanças do uso da terra responsáveis por 48% desse total.
Embora o setor agropecuário e de uso da terra sejam os principais responsáveis, os setores industriais e de energia também contribuem significativamente.
Nesse cenário, as empresas, independentemente do porte ou setor, precisam lidar com desafios ambientais crescentes, seja por questões regulatórias, ou por uma pressão crescente da sociedade e dos mercados internacionais.
A legislação ambiental brasileira é uma das mais robustas do mundo, com normas que abrangem desde o licenciamento ambiental, o controle de poluição, a gestão de resíduos até a preservação de áreas de proteção permanente.
No entanto, a sua complexidade é frequentemente citada como um dos maiores desafios pelas empresas. Hoje, existem mais de 30 mil normas ambientais ativas no Brasil, considerando as esferas federal, estadual e municipal.
Essa sobreposição de leis acaba aumentando os custos de conformidade e o risco de penalidades caso a empresa esteja irregular.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) exige que as empresas implementem práticas de logística reversa, redução, reutilização e reciclagem. No entanto, a implementação ainda é limitada.
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos são efetivamente reciclados no país.
Para os setores industriais, lidar com resíduos perigosos e atender às exigências de rastreabilidade e destinação final correta continua sendo um grande desafio operacional e financeiro.
As empresas brasileiras estão cada vez mais convictas da necessidade de reduzir suas emissões de carbono e adotar fontes de energia renovável. A meta do Brasil, firmada no Acordo de Paris e atualizada na COP29, é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 67% até 2035, com neutralidade climática até 2050.
Para as empresas, isso significa investir em eficiência energética, geração de energia limpa (como solar, eólica e biogás) e tecnologias de baixo carbono. Mas, no entanto, os custos de transição e a falta de incentivos claros ainda são obstáculos consideráveis.
A escassez hídrica é uma realidade que já impacta alguns setores, como agroindústria, mineração, papel e celulose, e até o setor energético. De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), cerca de 12% da população brasileira vive em regiões com algum grau de estresse hídrico.
Empresas precisam investir em tecnologias de reuso de água, tratamento de efluentes e gestão eficiente dos recursos hídricos tanto para reduzir impactos ambientais quanto para garantir sua própria operação no médio e longo prazo.
A demanda por produtos e serviços sustentáveis não é mais uma tendência, mas uma exigência. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 86% dos consumidores brasileiros preferem produtos de empresas comprometidas com práticas sustentáveis.
Além disso, investidores e fundos internacionais passaram a adotar critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) como norteadores de suas decisões. Portanto, as empresas que não adotam práticas sustentáveis podem perder acesso a mercados, financiamentos e oportunidades comerciais.
Apesar dos desafios, há também inúmeras oportunidades, já que as empresas que investem em sustentabilidade frequentemente reportam redução de custos operacionais, aumento de competitividade e o fortalecimento da sua imagem perante o mercado.
Entre as principais estratégias adotadas estão:
· Digitalização e automação de processos ambientais, com o uso de inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) para monitoramento em tempo real.
· Certificações ambientais, como ISO 14001, que ajudam a estruturar sistemas de gestão ambiental eficientes.
· Parcerias público-privadas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para criar soluções inovadoras, como materiais biodegradáveis ou tecnologias de captura de carbono.
· Adoção da economia circular, que não apenas reduz impactos ambientais, mas também gera novas fontes de receita.
Como vimos ao longo deste conteúdo, o cenário ambiental brasileiro impõe alguns desafios para as empresas, mas também abre espaço para a inovação e diferenciação no mercado.
Aquelas que conseguirem alinhar suas estratégias de negócio às boas práticas ambientais não só estarão mais preparadas para enfrentar os riscos climáticos e de regulação, como também estarão à frente na corrida por competitividade, reputação e acesso a mercados internacionais.
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma questão de responsabilidade social: é, hoje, um fator central de sobrevivência e crescimento para as empresas no Brasil e no mundo.
Por isso, se você quer dar os primeiros passos rumo às ações de sustentabilidade na sua empresa, considere contar com as soluções ambientais da DIATECH.
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